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2012 - Livro Vermelho 2013

Krameria grandiflora A.St.-Hil. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 03-08-2012

Criterio:

Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie apresenta distribuição geográfica extensa pelo Brasil e Paraguai, com subpopulações conhecidas e amostradas em diferentes biomas e em mais de 10 situações de ameaça.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Krameria grandiflora A.St.-Hil.;

Família: Krameriaceae

Sinônimos:

  • > Krameria ruscifolia ;
  • > Krameria latifolia ;
  • > Krameria didymandra ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

A espécie se assemelha à K. bahiana, K. argentea e K. tomentosa, compartilhando com estas características como folhas pecioladas com nervuras conspícuas; pétalas glandulares com vesículas verticais e sacadas, cobrindo todas as superfícies externas; pétalas petalóides conatas em menos da metade de seu comprimento; e pólen de tamanho médio com poro amplo. Nome vulgar: "carrapicho" (Simpson, 1989).

Potêncial valor econômico

Apresenta substâncias com potencial farmacêutico (Barros et al., 1970).

Distribuição

Ocorre no Paraguai e Brasil, nos Estados do Maranhão, Piauí, Paraíba, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo (Simpson, 2010).

Ecologia

Erva perene, prostrada a procumbente, que habita desde campos arenosos a veredas. Fértil de agosto a abril, polinizada por insetos e dispersada por animais.

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Várias áreas que mantinham remanescentes significativos de vegetação nativa desde a fundação de Brasília, desapareceram nos últimos anos, e continuam desaparecendo rapidamente. Em UNESCO (2000) registra-se que, em apenas 44 anos (avaliação de 1954 a 1998), o DF perdeu 57,6% da sua cobertura vegetal e que a categoria cerrado foi a mais atingida, com 73,8% de perdas (Batista; Bianchetti, 2003).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presente na Lista de espécies da flora ameaçada de extinção do Rio Grande do Sul na categoria "Vulnerável" (VU) (CONSEMA-RS, 2002).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Encontrada na Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra do Norte, RN, e Parque Nacional Serra de Itabaiana, Areia Branca, SE (CNCFlora, 2011).

Referências

- SIMPSON, B. B.ORGANIZATION FOR FLORA NEOTROPICA. Flora Neotropica - Krameriaceae. New York: New York Botanical Garden Press, 1989.

- BARROS, G. S. G.; MATOS, F. J. A.; VIEIRA J. E. V. ET AL. Pharmacological screening of some Brazilian plants. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 22, n. 2, p. 116-122, 1970.

- LOMBARDI, J. A.; SALINO, A.; TEMPONI, L. G. Diversidade florística de plantas vasculares no município de Januária, Minas Gerais, Brasil. Lundiana, v. 6, n. 1, p. 3-20, 2005.

- SIMPSON, B. B. Krameriaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB008093>. Acesso em: 04/06/2012.

- KLINK, C. A. MACHADO, R. B. A conservação do cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005.

- BATISTA, J. A. N. BIANCHETTI, L. B. Lista atualizada das orchidaceae do Distrito Federal. Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 2, p. 183-201, 2003.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

Como citar

CNCFlora. Krameria grandiflora in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Krameria grandiflora>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 03/08/2012 - 17:28:09